Justificação: Um ato declaratório do próprio amor de Deus
Arlei Carvalho
3/22/20243 min read


No coração daquilo que chamamos de Fé Reformada, encontramos o ponto central para a nossa compreensão do evangelho. Mais do que uma simples ideia teológica, a doutrina da justificação fundamenta a boa nova da salvação em Cristo, uma verdade transformadora que renova nossas vidas e corações.
A justificação é um ato pelo qual Deus que é Santo e Justo, declara também justos, pecadores que, por meio da fé, colocam sua esperança e confiança em Jesus. Esta justificação não se baseia em nossas próprias obras ou méritos, mas na justiça do Cristo, que é creditada aos que nEle creem. Paulo aos Romanos nos lembra que fomos feitos justos não por mérito próprio, mas em função da graça, através da redenção que há em Cristo Jesus. (Rm.3:24)
Sendo assim, tal ato de imputação de justiça, tem por fundamento, a obra expiatória de Cristo na cruz. Ele suportou a ira de Deus em nosso lugar, satisfazendo a justiça divina e tornando-nos então, por meio de Cristo, o próprio ato de Sua justiça, como lemos em 2 Coríntios 5:21 - Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
Para desfrutarmos deste maravilhoso presente chamado justificação, precisamos ser conduzidos pela fé, pois ela é o meio pelo qual recebemos e nos apropriamos de tal graça. Não é a fé que justifica, mas é Cristo que nos justifica por meio da fé. A fé é como mãos vazias que se estendem para receber o dom da justiça de Deus em Cristo, de acordo com o que está escrito em Romanos 5:1 - Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Como resultado, a justificação traz consigo paz com Deus, acesso à Sua presença e uma bendita esperança da glória eterna ao lado do nosso Pai Celeste. Ela nos liberta da condenação e nos dá a certeza de nossa salvação. Como resultado, somos chamados a viver uma vida de gratidão e obediência ao Senhor, refletindo o caráter de Cristo em nossas ações e reações.
Aquele que é justificado, será também santificado, mas ainda sim, é importante distinguir entre justificação e santificação. A justificação é um ato declaratório de Deus que ocorre instantaneamente, enquanto a santificação é um processo contínuo pelo qual nos tornamos mais semelhantes a Cristo em nossas vidas. Ambas são obras da graça de Deus, mas cada uma tem seu próprio papel distinto na vida do crente (mas este, já é assunto para um próximo artigo).
Para concluirmos, gostaria de lembrar que a doutrina da justificação é uma das joias preciosas da teologia reformada. Ela nos lembra de que nossa salvação não depende de nossas obras, mas da justiça perfeita de Cristo, que se entregou pagando nossa dívida para com Deus, e que nos apropriamos desta graça por meio da fé somente.
Que essa maravilhosa verdade nos leve a adorar a Deus com nossos corações cheios de gratidão e assim nos permita viver vidas que O honrem.
Que jamais nos esqueçamos que a justificação é parte da grandiosa expressão do amor de um Deus que é Santo e Justo, que nos amou mesmo enquanto ainda éramos pecadores (Rm.5:8).
"A fé é como mãos vazias que se estendem para receber o dom da justiça de Deus em Cristo."


